No chão abençoado do Santuário de Nossa Senhora Divina Pastora, o governo de Sergipe lançou nesta terça-feira, 9, o projeto ‘RendaVeste Sergipe - Conexão Artesanato & Moda’, que vai capacitar e impulsionar o trabalho das rendeiras sergipanas. Executado pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem) em parceria com o Senai CETIQT, o projeto será desenvolvido no período de um ano.
A iniciativa vai atender cerca de 100 artesãs dos cinco polos de produção da renda irlandesa: Divina Pastora, Laranjeiras, Maruim, Nossa Senhora do Socorro e Aracaju. A ideia é que as rendeiras se apropriem de conhecimentos e novas ferramentas de design para que possam se tornar criadoras de moda, ampliando formatos para suas produções. A presidente da APRIC, uma das associações de rendeiras da cidade de Divina Pastora, Maria Jivanilde dos Santos, aprovou a iniciativa.
“Eu achei um projeto maravilhoso e inovador. É um projeto de sustentabilidade que eu creio que tem de tudo para dar certo para as rendeiras de Sergipe, não só de Divina Pastora. É uma potência muito importante esse projeto”, disse, pontuando que algo que as rendeiras buscam incrementar com o ‘RendaVeste’ é o potencial de vendas de seus produtos.
Toda a metodologia foi apresentada às rendeiras em solenidade na cidade de Divina Pastora, com a presença do vice-governador Zezinho Sobral, que classificou a ação como um projeto pioneiro, por oportunizar levar ao mercado e dar mais conhecimento a esse patrimônio sergipano.
“O artesanato, reproduzido de geração em geração, tem uma evolução, a sua característica. E, hoje, o Sistema S, o Senai, a Universidade, junto com a Secretaria do Trabalho do Governo do Estado, com o município e com as associações de artesãs, elas vão poder integrar a renda irlandesa à moda. Então, é alta cultura, é qualidade, é um projeto pioneiro. Nós acreditamos que, com isso, a gente dá sustentabilidade, a gente garante a sobrevivência da renda, a gente vai propiciar que novas rendeiras possam surgir, através de cursos de formação”, pontuou o vice-governador.
O objetivo principal do ‘RendaVeste’ é impulsionar a inserção das artesãs no mercado da moda, promovendo o desenvolvimento econômico, oferecendo design e novas formas de expressar sua identidade, mas preservando as tradições culturais. O secretário do trabalho Jorge Teles acredita que esse foi o pontapé inicial para qualificação das rendeiras e da produção de renda em Sergipe.
“Ao final do curso, nós teremos a entrega de novos produtos que serão criados, respeitando a ancestralidade, o modo de fazer e as tradições sergipanas, mas também dialogando com o mundo da moda e agregando valor ao que se produz. Teremos um grande desfile para apresentação dessas peças. Vale a pena ressaltar o papel da mulher com todo esse processo, o empreendedorismo feminino, da força da mulher que produz com tanto talento a nossa renda irlandesa e que garantiu a perpetuação desse modo de fazer”, ressaltou o gestor da Seteem.
Conhecimento aplicado
O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai CETIQT) é responsável pela formação profissional e pela prestação de serviços orientados à cadeia produtiva do setor. Com larga experiência e atuação em programas de aumento da produtividade da indústria têxtil e da confecção, a expectativa é que o Senai CETIQT atue, durante a implementação do ‘RendaVeste’ em Sergipe, como um agente de mudança econômica na vida das rendeiras locais.
O projeto será composto por diferentes etapas, iniciado com o diagnóstico da realidade das artesãs, também as características e necessidades do artesanato. Haverá ainda oficinas com conteúdo sobre design, criação e gestão, além das capacitações em design, modelagem e costura para a criação do projeto de moda a partir da renda irlandesa.
“O projeto é a conexão dessas rendeiras com marcas de moda autoral no estado. Então, basicamente, vão ser desenvolvidas coleções cápsulas que conectam a renda à marca de moda autoral. As rendeiras serão capacitadas para desenvolver essas coleções junto com a marca de moda autoral, sempre trazendo protagonismo para a rendeira. Ela não é convidada a executar uma peça, ela é protagonista desse trabalho. Ao final a gente vai ter um desfile. Essa coleção toda vai receber um selo do ‘RendaVeste’”, informa a coordenadora da Consultoria Senai CETIQT, Thais Britto.
Da Ascom
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